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Entenda a relação entre pagamentos digitais e conformidade fiscal

  • Jan 19, 2018

carrinho de compras e comprador efetuando pagamento digital

Em janeiro foi publicado na Payment Week um artigo escrito por Peter Horadan, líder do time de desenvolvimento e operações da Avalara. Nele, são abordados temas relacionados a tecnologia e a carga de conformidade com a qual as empresas precisam enfrentar em todo o mundo. Confira o artigo em português.

Por que os pagamentos mais rápidos e digitais abrem as portas para novos encargos de conformidade

A tecnologia beneficiou os varejistas de diversas maneiras, desde a automação fiscal e simplificação da logística, até a melhoria na relação com os clientes. Além disso, as tecnologias de pagamento mais rápidas parecem oferecer muitos benefícios com pouca desvantagem - quanto mais rápido o varejista recebe fundos, melhor. Mas os governos ao redor do mundo também tomaram nota destas tecnologias e estão pensando em maneiras de usá-las, não apenas para reduzir fraudes, mas também para recolher os impostos devidos de forma mais rápida.

A conformidade fiscal sempre foi uma parte inevitável dos negócios, mas esta nova tendência provavelmente aumentará a pressão sobre os varejistas e as empresas devem começar a pensar sobre como se preparar para isso e atualizar seus sistemas para se adaptarem.

 

Visão dos Governos Globais

A rápida arrecadação de impostos já é uma realidade global. Por exemplo, sob o novo regime tributário do Brasil, a maioria das notas fiscais B2B devem ser enviadas ao governo eletronicamente em tempo real e assinada pelo governo antes que a venda possa ser preenchida legalmente. Em seguida, as empresas devem enviar seus registros contábeis completos, incluindo Razão, balancetes, registro de transferência de estoque e outros livros contábeis para um sistema público de escrituração digital chamado SPED. O governo então cruza essas transações entre compradores e vendedores e notifica ou fiscaliza as partes se houverem transações inconsistentes.

Na Índia, a rede de impostos sobre bens e serviços (GSTN), embora não seja um sistema em tempo real, permite ao governo conciliar transações entre compradores e vendedores. A GSTN exige que os vendedores enviem detalhes completos do nível da fatura para todas as transações entre empresas e consumidores que sejam superiores a 250 mil Rúpias (aproximadamente US$ 3.900).

As empresas também devem fornecer detalhes de pagamento extensivos e identificar o código HSN para todos os produtos. No sistema indiano, o governo prepara sua declaração de imposto com base em informações que já recolheram daqueles com quem você faz negócios.

Não é difícil imaginar que os Estados Unidos procurem recuperar o atraso à medida que os estados buscam receitas adicionais. Já existe uma lei do Colorado que exige que vendedores fora do estado que não recolhem impostos de vendas locais forneçam ao estado uma lista com todos os clientes e compradores para vendas no Colorado.

Muitos americanos ficariam chocados ao saber que o governo está fazendo uma lista de tudo que eles compram – no entanto, a Suprema Corte recentemente recusou a revisão desta lei, deixando isso de pé. Muitos estados estão copiando a liderança do Colorado, assim como outras áreas, a maioria dos comerciantes que participam da iniciativa do Imposto de Vendas Simplificado deve fornecer detalhes de nível contábil na declaração de impostos.

 

Se preparando para a mudança

Embora ainda não esteja claro quais outros estados (e países) promulgarão novas leis e quais os impactos que terão sobre os pagamentos, certamente mais mudanças virão. Quanto mais cedo os varejistas começarem a se planejar, menos interrupção e incerteza terão – e isso é realmente verdadeiro para pequenas e médias empresas. Grandes negócios podem absorver mais facilmente
o custo das atualizações do sistema e se recuperar da interrupção do processo, mas as PMEs devem estar pensando em como transformar as mudanças em uma oportunidade - ou pelo menos minimizar o impacto negativo.

 

1. Experimente os recursos do seu fornecedor de pagamento.

Os provedores de pagamento provavelmente precisarão fazer melhorias significativas nos sistemas para se adaptarem às mudanças nas leis de imposto de vendas. Por exemplo, eles precisarão ser capazes de separar o dinheiro recolhido durante um pagamento e enviar parte dele de volta para o revendedor enquanto encaminha a parcela do imposto para o governo estadual.

Os varejistas que usam um serviço para calcular automaticamente o imposto sobre as vendas também precisam ter certeza de que o provedor de serviços pode calcular o imposto de vendas em tempo real e oferecer integrações pré-construídas para enviar as informação ao governo.

 

2. Entender o impacto contábil.

Os departamentos de contabilidade precisarão atualizar seus sistemas para poderem receber fundos do provedor de pagamento diariamente e conciliar o que o provedor enviou ao governo estadual contra a obrigação fiscal real.

 

3. Prepare-se para o fim da flutuação.

Um impacto indesejável de sistemas de pagamentos mais rápidos é provavelmente o fim dos impostos flutuantes sobre as vendas. Hoje, os varejistas recolhem o imposto sobre as
vendas dos clientes no momento da compra, mas não precisam enviar esse dinheiro para o estado por várias semanas. Durante esse tempo, eles podem usar esse dinheiro de
várias maneiras. Dependendo do tamanho do negócio e do montante arrecadado, pode ser usado para comprar estoque adicional ou para outros investimentos.

Os varejistas que dependem deste flutuante devem começar a pensar sobre como mudarão seus processos quando isso desaparecer. Será necessária a construção de uma reserva de caixa maior, e esse processo deveria começar imediatamente? Será necessário ajustar a frequência de pedidos de novos produtos ou alterar contratos com fornecedores?

Preparar-se para as inevitáveis mudanças nos regulamentos exigirá previsão, pesquisa e investimento. É vital que as empresas pensem sobre as possibilidades antes do tempo - um revendedor que aguarda até o último minuto só criará mais distúrbios e dificuldades financeiras. Com planejamento e pensamento estratégico, os varejistas poderão, diante das mudanças, construir um negócio mais forte e eficiente.

 

Fonte: https://paymentweek.com/2018-1-10-why-faster-digital-driven-payments-open-the-door-to-new-compliance-burdens/

 

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