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Bertha Lutz - Importante ativista feminista do Brasil

  • Oct 28, 2021

Bertha Lutz

Bertha Maria Júlia Lutz, figura significativa do feminismo e educação no Brasil. A ativista nasceu em São Paulo no dia 2 de agosto de 1894, filha de Adolfo Lutz, cientista de origem suíça, e de Amy Marie Gertrude Fowler, uma enfermeira britânica. Em 1918, Bertha completou o ensino superior em ciências naturais com especialização em anfíbios anuros na Universidade de Paris, uma das mais antigas instituições de ensino da Europa. Foi durante a permanência na universidade que a mesma teve contato com o movimento feminista inglês.

No ano seguinte, Bertha Lutz foi aprovada em um concurso e nomeada secretária do Museu Nacional, instituição científica brasileira mais antiga e vinculada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Este feito a tornou a segunda mulher a participar do serviço público do país. Alguns anos depois assumiu o cargo de chefe do departamento de Botânica do Museu, posição que ocupou até a aposentadoria, em 1964.

No mesmo ano que foi aprovada no concurso público, Bertha fundou no Rio de Janeiro, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, formada por um grupo de mulheres de classe média e alta escolaridade. Em 1922, organizou o 1° Congresso Feminista do Brasil e representou as mulheres brasileiras na Assembleia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, evento realizado nos Estados Unidos. Ao retornar ao Brasil, ajudou a fundar a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), da qual foi presidente até 1942 e cuja principal reivindicação era o voto feminino.

Durante os anos de maior atuação, Bertha liderou conquistas como a criação da União Universitária Feminina, o ingresso de meninas no Colégio Pedro II, o voto feminino e leis de proteção à mulher e à criança. Em 1934, a ativista se candidatou à Câmara dos Deputados, entrando efetivamente na carreira política. Após a primeira eleição com participação feminina, Bertha conseguiu 16.423 votos, resultado com o qual conquistou a primeira suplência. Com a morte do deputado titular Cândido Pessoa, ela tomou posse e foi a segunda mulher a ocupar o cargo de deputada no Brasil. A decretação do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937, acabou com o mandato da ativista.

Bertha Lutz integrou a delegação do Brasil na Conferência de São Francisco, em 1945, com o intuito de redigir o texto definitivo da Carta das Nações Unidas. Durante o evento, Bertha se empenhou em defender a igualdade de gênero e assegurou que a Carta fosse revista periodicamente. A ativista era a única mulher da comitiva brasileira e uma das quatro mulheres presentes em todo o evento. Lutz veio a falecer no dia 16 de setembro de 1976, vítima de pneumonia.

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