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Sonja Ashauer - Primeira brasileira a concluir doutorado em física

  • Feb 11, 2022

Sonja Ashauer

Dia 11 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Sendo assim, nada melhor que falarmos de uma mulher extraordinária que contribuiu para a ciência mundial. Sonja Ashauer, nascida em São Paulo no dia 9 de abril de 1923, foi a primeira brasileira a concluir um doutorado em física e a segunda mulher a se graduar em física no Brasil. Ela era filha dos alemães Walter Ashauer e de Herta Graffenbenger. Influenciada pelo pai engenheiro, Sonja demonstrava uma inteligência avançada para uma criança da época.

Os estudos começaram no Ginásio da Capital do Estado de São Paulo e com apenas 17 anos ingressou no curso de física na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, graduando bacharel em física em 1942. Sonja fez parte da brilhante geração de físicos formados por um dos precursores da física no Brasil, o russo Gleb Wataghin. No início de 1944, ela terminou a licenciatura em física e foi contratada pelo já amigo Wataghin como assistente de Cadeira de Física Teórica e Física Matemática.

Durante a atuação, ela trabalhou em vários problemas de mecânica quântica, especialmente em estatísticas de núcleos e partículas elementares em temperaturas extremamente altas. Sonja, ainda em 1944, publicou um artigo nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, no qual calcula o coeficiente de absorção de radiação para o efeito fotoelétrico com dois estudos de caso: fóton absorvido por um elétron ligado, ou não, a um núcleo. Com o histórico escolar impecável e pelo fato de ser considerada uma das melhores alunas de física do país, Sonja recebeu uma bolsa para estudar na Universidade de Cambridge.

Em 1945, durante a sua estadia em Cambridge, ela trabalhou sob a orientação do vencedor do Nobel de Física de 1933, o britânico Paul Dirac. Sonja enfrentou dificuldades no exterior, pois até então as mulheres da universidade só tinham direito de cursar o bacharelado, as pós-graduações eram reservadas ao público masculino. Após o ano de 1948, as mulheres conquistaram o direito de obter todos os títulos, de forma que, no mesmo ano, ela foi uma das primeiras mulheres a obter o título de doutora concedido pela Universidade de Cambridge.

Em 1948, com o diploma de PhD em mãos, a brasileira retornou para a Universidade de São Paulo e retomou o cargo de assistente do professor Gleb Wataghin. Poucos meses depois de ter voltado ao Brasil, com 25 anos, ela morreu em decorrência de uma broncopneumonia seguida de colapso cardíaco no dia 21 de agosto. É difícil cravar como seria a carreira de Sonja, mas com certeza ela tinha potencial para contribuir com a ciência mundial.

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